Sobre a matriz
A avalição e monitoramento de uma cidade inteligente deve considerar: indicadores sociais, como os de saúde, educação, moradia, saneamento; a atividade econômica; a participação política, impressa nas formas de governança da cidade e envolvimento do cidadão e dos demais atores sociais. Também são importantes os indicadores de tecnologia, os de uso de meios digitais pelos cidadãos ou o quanto os âmbitos urbanos incorporam tecnologia na oferta de serviços.
A adoção de soluções tecnológicas para os desafios urbanos – entendida como meio, e não como fim – é um importante aliado para as cidades inteligentes. Para tanto, cidades devem estar preparadas para aproveitar as vantagens de soluções disponíveis, enquanto o mercado deve buscar ofertar soluções inovadores e eficazes para as cidades.
Diante dessa complexidade, faz-se importante esclarecer que a classificação realizada nesta matriz não se propõe a oferecer um ranking de cidades inteligentes. Seu foco está em analisar de que forma a cidade reúne as condições tecnológicas para adotar soluções inovadoras e, dessa forma, ampliar suas possibilidades no caminho de se tornar uma cidade inteligente. Em outras palavras: a matriz aponta o quão pronta está a cidade onde a solução foi implantada em termos da disponibilidade de recursos tecnológicos.
Para isso, foram considerados como indicadores: os serviços e plataforma de TI da prefeitura e como se utiliza de nuvem; a infraestrutura de conectividade em banda larga do território; a extensão das iniciativas inteligentes anteriormente implementadas na cidade. Com base nesses indicadores, as cidades foram posicionadas nos seguintes estágios de prontidão tecnológica:
Aspirante (1º nível)
Esta cidade possui baixa conectividade em banda larga e a prefeitura tem oferta limitada de serviços e plataforma de tecnologia da informação.
Iniciante (2º nível)
A cidade precisa ampliar a conectividade em banda larga oferecida aos cidadãos e/ou a infraestrutura de TI da prefeitura.
Conectada (3º nível)
Cidade que possui alguma experiência com a implantação de soluções inteligentes e pode avançar em banda larga e disponibilidade de infraestrutura e serviços de TI na prefeitura.
Pronta (4º nível)
A cidade possui os recursos de conectividade em banda larga para negócios e cidadão na média brasileira e experiência em implantação de soluções inteligentes. Possui um plano amplo e integrado de Cidade Inteligente e conta com uma adequada plataforma de TI.
Governos em todo o mundo se utilizam de tecnologia da informação e comunicação no ciclo das políticas públicas, nos seus processos de gestão internos, na melhoria em disponibilidade de informação, na oferta de serviços públicos e urbanos ao cidadão e na prática democrática. Buscou-se representar, no eixo horizontal, o quanto as soluções identificadas se utilizam de tecnologias mais recentes e inovadoras, com alto potencial de transformação da vida nas cidades. Neste eixo, são considerados como indicadores: a forma como a solução se apropria de IoT (Internet das Coisas) e oferece serviços de valor agregado para além do uso de sensores; a mobilidade, com participação ativa de informações do usuário; o uso de outras tecnologias mais recentes – big data, blockchain, etc. Os estágios de complexidade das soluções tecnológicas foram definidos como:
Tradicional (1º nível)
Emprego de tecnologias tradicionais ou com baixa oferta de serviços inteligentes.
Emergente (2º nível)
Utiliza-se de tecnologias emergentes, mas com baixa oferta de serviços associados ao emprego destas tecnologias. Pouca quantidade de cidadãos atendidos.
Inovadora (3º nível)
Emprego de tecnologias emergentes, serviços de informação associados ao emprego de tecnologia inovadora.
A matriz mostra que, para avançarmos no sentido de facilitar a transformação das cidades em inteligentes, é importante que as políticas e investimentos no setor caminhem tanto no sentido de ampliar a prontidão tecnológica das cidades, quanto no sentido de estimular e facilitar o mercado na oferta de soluções cada vez inovadoras para atender as necessidades das cidades.
Prontidão tecnológica para a adoção de soluções inovadoras é um fator muito importante para que a cidade possa aproveitar todas as possibilidades oferecidas pelo avanço da tecnologia. Contudo, um projeto consistente de cidade inteligente deve considerar outros aspectos fundamentais importantes e estar voltado para a soluções das principais demandas da cidade e dos cidadãos no intuito de garantir melhor qualidade de vida e um ambiente sustentável e resiliente. Para tanto, a interação entre os diversos atores da sociedade mostra-se como uma das chaves para o sucesso da cidade inteligente.